segunda-feira, 6 de outubro de 2008

BALANÇO DAS "ELEIÇÕES"

Faltando apurar os votos das sete últimas secções/rodadas da série B, algumas definições :

O CAMPEÃO

Nem que "São Jorge empreste o Dragão", o Corinthians deixa escapar o título. Mano Menezes,
que já reconduzira o Grêmio à elite, repete a dose, agora com o Timão. Técnico Fênix.

CLUBE DE REGATAS, CAIU !!

"Mais fácil aprender Japonês em Braile" que o CRB escapar da terceirona em 2009. Os alagoanos
serão CR C em 2009. Registre o naufrágio dos tradicionais clubes da "terra dos Marechais".
Além do REGATAS, o clube MARUJO (CSA) também afundou e vai buscar vaga na série D.

O REI DO ACESSO

Givanildo Oliveira, técnico do Vila Nova/GO (51 pontos)tenta repetir o feito, obtido com o Santa Cruz/PE, Payssandú/PA e América Mineiro.

A luta pelas três vagas restantes para a primeirona em 2009, encontra-se bastante acirrada. Além dos Goianos, o Avaí com 50 pontos, é o "intruso" no boco paulista : Santo André (51), Barueri (48), Ponte (47), Bragantino (45)

VOLTANDO

Habitual frequentador da zona de rebaixamento, o bom futebol que vem apresentando não consegui evitar que o América-RN retornasse para o seu "Aconchego". Os alvi-rubros são um dos mais ameaçados pela "degola".

A briga para fugir do grupo dos que não renovarão o mandato para 2009, é uma "luta de foice, no escuro" : Brasiliense (31 pontos), Marília (31), Gama (32), Criciúma(33), Fortaleza (33), Paraná (36), ABC (36)

ESPECIALISTA EM TRICOLOR

Após dirigir o Santa Cruz/PE na série A 2000, Sooerguer o Fortaleza nos anos noventa, Prof.
Ferdinando chega a Salvador. Abaixo matéria do site do E.C. Bahia.

Por volta das 08h:40, o técnico Ferdinando Teixeira desembarcou em Salvador e seguiu direto para o Fazendão, onde atendeu a imprensa e depois reuniu-se com a diretoria do clube.

O novo técnico tricolor comandará seu primeiro treinamento na tarde desta segunda-feira, no Fazendão. Logo após a atividade de hoje, a delegação segue para Feira de Santana onde permanecerá concentrada para a partida de amanhã, contra o Vila Nova.

DR. SÓCRATES

Um dos mais talentosos jogadores do futebol brasileiro e formado em Medicina, Sócrates, hoje com 54 anos e com um filho chamado Fidel, continua polêmico. Dono de um refinado toque de calcanhar, ele revelou que a Seleção Brasileira é igual a uma casa de prostituição e que o técnico Dunga agride a inteligência de todos.

O Corinthians vai comemorar a volta à Série A lançando uma camisa com as imagens dos principais ídolos do clube. Você não permitiu a sua, por quê?

Eu ainda não sei o motivo, mas acredito que seja por intuição. Vou esperar a merda que eles vão fazer por lá.

Você acha que o Andrés Sanches (presidente do Corinthians) pode...

É do mesmo time do anterior. Quer dizer, não tem nada claro, ainda. Agora, sei lá, eu não me meto em aventuras. É uma particularidade minha. Questão de personalidade. Eu não gosto de roda-gigante, de pular de pára- quedas, mas vamos esperar o que vem pela frente. Esse é o motivo.

Como você analisou o rebaixamento do Corinthians?

Teve grandes vantagens. Para o Corinthians, em si, foi muito grande. Nós tivemos uma mudança de paradigma. O Corinthians mudou seu regulamento, seu estatuto. Hoje, o clube tem eleições diretas aprovadas pela sociedade corintiana. Quer dizer, considero isso uma nova democracia corintiana. Porque é algo que temos de mexer na gestão do futebol e também nos esportes em geral. E o Corinthians, mais uma vez, está saindo na frente. Estimulado, é claro, por uma administração, assim, no mínimo, perigosa.

Você foi um dos símbolos da Democracia corintiana (movimento em que a gestão no clube, desde contratações, escalações, demissões eram definidas no voto por jogadores, comissão técnica e dirigentes) na época da ditadura militar, você ainda é um homem de esquerda?

Esquerda não, eu sou da justiça. Lutei sempre pela justiça.

Como você avalia o governo do presidente Lula?

Absolutamente excepcional. Dentro da medida do que é possível fazer. O governante tem de respeitar as várias tendências da população em geral. Ou então, você faz uma revolução. Mas dentro do contexto, é excepcional. É outro país. Hoje, o Brasil é ouvido, tem moral. Virou gente. Eu não falo nem do lado da campanha econômica, mas do lado da postura, de se fazer ouvir. Até agora, o governo brasileiro é um show. Lula e Celso Amorim (ministro das Relações Exteriores) estão de parabéns.

Falando de Seleção Brasileira, a que se deveu o fracasso na Copa de 2006?

Acho que o Brasil viveu um período bom, antes de 2006. Mas eu acho que houve um pouco, ou muito, de arrogância. De achar que poderia ganhar o jogo a qualquer hora. É obvio que havia algumas particularidades, como a escalação do Ronaldo sem condições físicas, mas isso é secundário. Na verdade, a preparação foi malfeita. Ninguém deu valor para isso. Era mais um show, mas mesmo pra show você precisa ensaiar, passar o som e nem isso eles fizeram. Então, eles não estavam preparados para perder, e o choque acabou sendo muito grande para todos.

E essa nova era Dunga?

Eu não falo especificamente do Dunga. Tudo é um processo. O que tem me chamado mais atenção é a falta de comprometimento dos jogadores com a Seleção Brasileira. Mas isso é natural, desde que você usa esse instrumento (jogar pela seleção), com objetivos comerciais. É fato, é facílimo de perceber a qualquer momento. Inclusive, a maior parte dos jogadores, que jogam pela Seleção, já partiu para esse processo lá atrás. Ou seja, ele foram convocados com o intuito de serem transferidos para o exterior. Então, aí você deixa de acreditar. É igual a uma casa de prostituição. Nada é real. Na verdade, você tem uma relação sexual, onde você está pagando alguém para não ter nenhum sentimento. Aí, não existe.

Então, esses jogadores que não querem atuar pela seleção...

Eles não têm comprometimento. Eles não têm tesão. Porque eles sabem que do lado deles tem um cara que não devia estar ali, jogando. Não por mérito, mas para ser negociado para alguém ganhar dinheiro.

Você então não fica chateado quando jogadores como Kaká, Robinho, Ronaldinho Gaúcho pedem para não ser convocados?

Eles estão certos. Um treinador de seleção assume o comando e coloca os dois melhores jogadores do mundo no banco. Isso é agredir a inteligência de quem quer que seja. Não só deles, mas de todo mundo. Você perde o comando. Olha só, eu estou na minha empresa e tenho um funcionário melhor do que o outro. E escolho o outro só porque o cara é filho da minha namorada. Pô, isso não é questão de mérito, é de comando.

Qual foi o seu momento mais marcante como jogador?

Sem dúvida, ouvir o Hino Nacional na estréia da Seleção Brasileira, na Copa de 1982, em Sevilha contra a Rússia, eu como capitão da equipe. Foi o momento de maior emoção e de imensa responsabilidade, porque eu estava representando minha Nação, meu povo.

Pelo que percebo então, você se irrita com o que está acontecendo com a Seleção. Com esses jogadores que não têm mais amor ao País, diferentemente de você, que sempre honrou a amarelinha

Eu sou brasileiro até no nome. Eu sou apaixonado por esse povo, por este País. Eu não condeno ninguém, mas minha paixão é brigar para que este País se torne algo interessante.

Qual foi o pior momento em sua carreira? Foi aquela derrota para a Itália em 82?

Não, não foi o pior, pelo contrário, tive vários outros momentos. Olha só, no futebol você trabalha com estímulos emocionais absurdamente grandes. Alegria, tristeza, de uma hora para outra, de um dia para o outro. Uma loucura. E você tende a saber controlar esses sentimentos, que não são simples, são um pouco exagerados. Um cara que jogou no Corinthians, no Flamengo não pode ter vivido coisas simples. Agora, ruim nenhum. Difíceis, tive vários, alguns com dificuldade para administrar. Uma coisa que eu nunca gostei foi de telefone, e seus colegas de imprensa, milhares deles, viviam me ligando todos os dias. Tinha que trocar o número várias vezes. Uma verdadeira loucura, e você tem de saber controlar isso, porque não é uma coisa tão simples.

Como é que está o Casagrande? Você tem falado com ele?

Não, ainda não consegui falar com ele. Me parece que ele está em processo de sair da clínica que ele estava. Não sei quanto demora. Eu tenho falado diretamente com o filho dele. Mas parece que ele está bem. Agora, o duro vai ser sair e a tentação na cara. Eu, que fumo um cigarrinho, que vai me dar um câncer de pulmão, logo, logo, não consigo largar, imagine quem já passou desse limite. Mas ele vai conseguir se livrar. Eu torço e faria tudo para que ele pudesse escapar dessa.

Você fez muitos amigos no futebol? Quais foram eles? você ainda mantém contato?

Amigos você faz demais, você faz sempre. Agora, nesse momento, eu estou andando pelo País com o Nelinho (lateral-esquerdo) com quem eu joguei na Seleção, o Raul (Plasmann), que eu convivi pouco, e o Paulo Cezar (Caju), que vim conhecer mais há pouco tempo. No futebol, as pessoas geralmente são muito carentes e não é difícil você fazer amigos em profusão. É lógico que a amizade também vem da convivência. Então, com quem você convive mais, fica mais próximo. Eu por exemplo, na minha época de Corinthians, mantenho contato até hoje com o Juninho Fonseca (zagueiro), Zenon, Wladimir, Biro (Biro), Casão. O time de 82 (da Seleção), ficamos por vários anos juntos. Hoje, quase todo mundo é muito amigo: Zico, Falcão, Éder, Leandro, Isidoro, (Serginho) Chulapa.

Seu irmão, o Raí, foi melhor jogador que você?

Foi. Claro que foi. Com um beiço daquele tamanho que ele tinha, só pode ter sido, (sorrindo). Eu sou da parte pobre da família, do rancho, eu nasci no Norte. Ele é da parte rica, nasceu no Sul, é mais atleta. Teve muito mais condições.

Você tem acompanhado o Campeonato Brasileiro, quem você acha que vai ser campeão?

No começo, há uns quatro meses, eu estou fazendo o Cartão Verde na TV Cultura, eu apostei no Palmeiras, Flamengo e São Paulo. Não mudou nada. Todos estão brigando ainda. Agora, o Inter, o Botafogo, o Cruzeiro podem chegar. E o Grêmio, que tava lá por cima, mas agora vai brigar para não afundar de vez.

Como você está hoje? Está casado, solteiro? Quantos filhos você tem?

Estou namorando, quer dizer. Tem dia que ela não me aceita, mas estamos sim, namorando. É Silvana o nome dela (e a apresenta). Tenho seis filhos, seis homens. São três gerações, de 3 a 33 anos. Agora, eu só escolhi o último, os outros foram as mães deles: Rodrigo (33), Gustavo (31), Marcelo (29), Eduardo (26), Sócrates Júnior (18) e o último: Fidel Brasileiro.

Fonte : Diario do Nordeste (05.10.08)



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