MEMORIAS DO POEMA DE CONCRETO - IV

O ABC NA ELITE

Vinte e seis clubes participariam do campeonato Nacional 1972. Eis a distribuição por estados :

GB - Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, América
SP  - São Paulo, Palmeiras, Corintians, Santos, Portuguesa
MG - Atlético. Cruzeiro, América
RS - Gremio e Internacional
PE - Náutico e Santa Cruz
BA- Bahia e Vitória
PR - Coritiba
AM - Nacional
PA - Clube do Remo
CE - Ceará Sporting
RN - ABC
AL - CRB
SE - Sergipe

O Brasil era o Tri campeão mundial e havia conquistado, meses antes a Copa América.

O ABC acabava de conquistar o Tri-campeonato Potiguar, sendo o primeiro campeão do novo estádio.

Para receber as faixas, o Mais Querido convidou o Santa Cruz do Recife. O tricolor do Arruda era o

melhor time do Nordeste e aplicou 5 x 1 em jogo noturno.

A goleada "abriu" os olhos da diretoria alvinegra que logo tratou de buscar reforços.

O Rio de Janeiro era o eldorado do futebol e o ABC foi buscar  o técnico

Célio de Souza, que trouxe consigo o goleiro Tião, o lateral Sabará , o  zagueiro Nilson Andrade,

os meio-campistas, Maranhão e Danilo Menezes, o jovem ponteiro Libânio.

O ABC realizou vinte e três partidas em Natal, Saindo apenas para enfrentar o Ceará no PV (perdemos de

1 x 0, com gol de pênalti duvidoso) e o Sergipe no Batistão (ABC 1 x 0).

A estréia do ABC mobilizou toda cidade. Vermelho goleiro do CRB garantiu o zero a zero, em jogo que o

ponteiro abecedista,  Soares teve atuação excepcional.

O ABC deixou escapar a primeira vitória após marcar 3 x 1 em cima do Nacional de Manaus e permitir

que o jovem atacante Campos empatasse a partida em noite infeliz do arqueiro Tião.

O ABC obteve o prinmeiro triunfo ao encarar um América. "Mantida a tradição" foi a manchete do

Diário de Natal, após derrotarmos os mineiros.

Os confrontos contra equipes cariocas foram históricas. O zero a zero diante do Flamengo foi um "achado"

para o rubro-negro, o goleiro Renato fez  milagres e o técnico Zagalo enlouqueceu com a atuação magistral

de  Alberí naquela noite, uma das maiores já realizadas em nosso futebol.

Diante do Botafogo, repleto de craques como Jairzinho, Marinho Chagas, o ABC aplicou 2 x 1.

A esta altura o lateral esquerdo Rildo, seleção brasileira em 66,  já havia sido contratado pelo ABC.

O jogo contra o Vasco ficou marcado pela cabeçada espetacular do centro-avante Petinha, no gol da BR,

mandando a bola para o fundo das redes do goleiro Andrada, argentino que sofrera o milésimo gol de Pelé.

O Palmeiras, a Academia do Parque Antártica, seria o campeão Brasileiro naquele ano, mas não conseguiu

vencer o ABC. Empate 2 x 2, com Alberí mandando duas "bilocas" para as rede do goleiro Emerson Leão.

O  2 x 0  diante do Santa Cruz, Tetra-campeão Pernambucano, foi a vitória mais comemorada.

Milhares de torcedores deslocaram-se do Recife, esperando a repetição da goleada do jogo das

faixas. Sairam cabisbaixos.

Verdadeiros esquadrões pisaram no gramado da Lagoa Nova, mas ninguém goleou o ABC. Nem o Santos

do Rei Pelé.


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