O Natal inspira-me a reproduzir texto do excelente livro A DANÇA DOS DEUSES, de Hilário Franco Júnior, para quem o futebol é uma imitação da vida.
“Em maio de 1958, o jornalista Nelson Rodrigues publicava uma de suas mais conhecidas crônicas esportivas, na qual se referia ao “complexo de Vira-latas” dos brasileiros. Na opinião
Do polêmico escritor, o Brasil dividia-se entre o “pessimismo mais obtuso e a esperança mais
frenética” . A dor de 1950 mantinha-se viva. Nosso sentimento de inferioridade diante dos estrangeiros era forte em todos os setores, mais principalmente no futebol. Não faltavam craques , o que atrapalhava era a inibição e a falta de confiança. Dias antes,seu irmã Mário Filho também escrevera na imprensa a respeito das chances brasileiras nos gramados da Suécia, procurando retirar o peso da responsabilidade pelas glórias nacionais dos ombros dos jogadores. E tentava demonstra que eles eram simples mortais sujeitos a falhas e derrotas. O
sucesso da seleção dependeria da nação e o sucesso da nação não dependeria apenas dos seus jogadores.
As vitórias de 1958, 1962,1970,1994 e 2002, bem como as derrotas nos demais mundiais (sobretudo de 1950, 1978,1982,1998 e 2006) comprovaram aquele diagnóstico. O fato de o Brasil ser um país “desigual e combinado” na expressão de José de Souza Martins”,
Manifesta-se no futebol na esquizofrenia abatimento/euforia, idolatria/perseguição, que marca as relações entre a seleção e a população (e também os clubes e suas torcidas), revelando que no fundo projetamos as nossas aspirações coletivas mais nos campos de futebol que nos campos sociais. Como o nacionalismo brasileiro sempre calçou chuteiras, a hesitação entre o improviso e o planejamento é mais do que uma simples característica do futebol nacional. Ela reflete a feição instável das relações entre os cidadãos e o Estado, relações que transitam com facilidade de um lado para outro das frágeis fronteiras que delimitam o espaço privado e o espaço público em nosso país. Gostar de levar vantagem em tudo, que se tornou o o slogan de uma propaganda de cigarros protagonizada pelo meio-campista Gérson após a copa de 1970, expressa muito bem as características da sociedade brasileira.
CASA DO BEM
O desportista Júnior informa do belo trabalho social promovido pela instituição. Infelizemnte não pude comparecer a confraternização Natalina desta 3a. feira, em razão do aniverário do meu filho, grande abecedista Bruno Victor,
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
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