Torcedor comprou Gato por Lebre, Frasqueirão virou picadeiro esta tarde.
ABC alardeou o primeiro amistoso internacional. Vice de Futebol enalteceu
na mídia a fabulosa estrutura do clube visitante, parceiro em potencial de
um intercâmbio esportivo. O que se viu foi uma grande farsa.
Expectativa era grande. Ainda bem que meus afazeres não permitiram postar,
como pretendia, uma coluna na manhã de sábado, enaltecendo a qualidade do
ofensivo futebol holandês que projetou-se no início dos anos setenta com
os títulos de campeão Europeu do Feynord e o Tri do Ajax.
O apogeu ocorreu no mundial da Alemanha em 74. Ainda guardo a escalação
decorada dos tempos de menino : Jonglobed (goleiro jogava de camisa
amarela e número oito), Suurbier, Rijbergen, Hann e Rudi Krol; John Rep,
Neeskens, Johan Cruyff, Van Hanegem e Resembrink, meio-campo e ataque
arrasadores.
Nos anos oitenta, Eu e meu pai criamos uma equipe de mini-futebol para
disputas da tradicional Copa Rubens Massu. Esolhemos as cores da Holanda.
Fomos até uma loja de material esportivo na Rua Mossoró, compramos as
camisas e exigimos do vendedor : Numere-as de 02 a 18. Condição
indipensável para assinar a súmula naquele torneio amador.
Voltando a Pantomina desta tarde, tomo um susto ao entrar no Frasqueirão.
Procurei entendr a razão de alguns rapazes estarem em capo aquecendo com
um colete cinza do ABC pelo avesso. Visualizo alguns galegos descalços
próximo ao banco de reservas, trajando bermnudas coloridas.
De imediato lembrei-me do PELADÃO UNIVERSITÁRIO, exitosa competição
promovida pelo DCE nos meus tempos de faculdade de Educação Física.
Os jogos ocorriam no campinho dos eucaliptos, mas nenhuma equipe entrava
em campo sem a numeração na camisa.
Voltei as atenções para o Frasqueirão, ví os goleiros do Mais Querido
aquecendo e procurei os "Keppers" holandeses. Ví um crioulinho com a camisa
doze, com toda aparência dos bravos nativos da Barra de Cunháu.
Não acreditei quando os visitantes entraram em campo vestindo uma
camisa de empresa de turismo. O que seria um jogo acabou alí.
Era notória a decepção até do time do ABC, que não encontrava motivação
para jogar. Imagino a semana de preparativos, para o propalado amistoso.
Para entrar no clima, o Mais Querido trocou todo o time no intervalo.
De positivo só os gols do Felipe Moreira.
Ainda no primeiro tempo era a grande a revolta do publico, sentindo-se
lesado em pagar trinta reais pelo "pega-camisa".
Na saída alguns indagavam-me se teriam direito a recorrer ao estatuto
do torcedor e PROCON para receber a grana de volta. Não sou Jurista.
Palvaras sábias foram proferidas na saída do estacionamento do Frasqueirão
pelo Daniel, amigo do meu filho Bruno: _ O pior é que os fatos desta tarde
vão atrapalhar o amistoso com o Boca. _ Quinta-feira é de verdade ?
Perguntou um Frasqueirino. Eu bem gostaria, mas não posso assegurar.
Outros abecdistas afirmavam chateados : Vai ser um prato cheio para a
gozação dos americanos. Deixei o estádio sem ver os últimos gols e na
lembrança uma gozação dos torcedores rivais que incomodava-me na infância :
Afirmavam que o ABC enfrentou até time de presidiários na exursão de 73.
O falastrão dirigente holandês bem que poderia ter deixado o frasqueirão
preso. O árbitro perdeu o comando ao permitir um jogo com hino nacional
e uma equipe atuando de coletes. "Na liga das Rocas isto jamais
aconteceria" afirmou um torcedor. Sinceramente, o ABC não merece isto.
domingo, 23 de maio de 2010
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