Antes de chegar ao Frasqueirão, ainda na cidade Verde, uma notícia enche-me de esperança : Pela primeira vez na competição o ABC iniciaria o jogo com dois meias, além de um extrema nato no ataque.
Não chego a tempo de ver os quatro a três da garotada do sub 20 sobre o Botafogo/PB, mas iniciado o jogo principal, meu otimismo se confirma.
ABC domina, cria várias chances de gol. Lembrei-me do tempo de menino, quando valia a penar ouvir os comentaristas das emissoras de rádio, pois sabiam do que falavam.
Com muita classe, RubensLemos, Cassiano Arruda, Franklin Machado eram uníssonos emafirmar que "futebol se ganha na meia-cancha".
Naquele tempo jogava-se com apenas dois homens no setor, um médio-volante e um meia-armador. O outro meia, chamado ponta de lança, considerava-se atacante, encostando no centro-avante.
Alberí o melhor deles, decidia quem seria o artilheiro do campeonato, consagrando até o simplório João Galego, cria do glorioso Palmeiras das Rocas, que desde sempre fornece atletas para o Mais Querido.
Duplas de meio-campistas marcaram época em nosso futebol. Waldomiro e Pedrinho foram campeões no Alecrim, Arandir e Véscio no América, William e Correia no ABC.
Na copa 70, Zagalo consagrou definitivamente o terceiro homem no meio-campo,com os meias Gerson e Rivelino. O ABC encantou a Europa com Alberí e Danilo Menezes. Nos anos oitenta, o Flamengo foi campeão do Mundo com Adílio e Zico.
No Bê-a-bá do futebol, consta que defesa fechada, abre-se pelas extremas. Em jogada de linha de fundo, Ivan serve o meia Jean Carioca que abre o placar.Tudo parecia bem até o apagão.
Reiniciado o jogo, Jean Paraíba em sua pior apresentação, repetidas vezes erra o principal fundamento do jogo, o passe. Imperdoável para um jogador de meio-campo, que o Skank canta como o "lugar dos Craques".
Márcio Hann, desconhece que a bola é feita para rolar e inssite em chutões , que logicamente encontra os adversários de frente e os comanheiros de costas.
Nos tiros de meta, o ABC sempre perdia as disputas de bola no alto, obrigando-se a brigar pela segunda bola. Em uma delas,Landú foi a linha de fundo e cruzou na área. Raniere não saiu e André Silva empatou o jogo.
No segundo tempo, Luizinho Neto, mostrou que cruzar, não é "rebolar" a bola pra área e sim passá-la a um companheiro. Colocou-a na cabeça de Warley que mandou para as redes.
O terceiro gol surgiu em outra jogada no lado do campo, iniciada com Márcio Panda. A goleada consumou-se com outra jogada do ponta Ivan.
Com quatro a um no placar, qualquer treinador de subúrbio das antigas, diria "Arrecua os Halfs". Ferdí, que é professor, meteu Adelmo, outra vez perfeito na função e Marcelinho. Resolvida a parada.
Futebol não é matemática, nem ciencia exata, mas tem lógica. Eis a equação de ontem :
DOIS MEIAS + UM EXTREMA + UM ARTILHEIRO = 4 x 1 = TRINTA PONTOS = DÉCIMO PRIMEIRO LUGAR.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
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2 comentários:
Parabéns!!! Foi das melhores colunas do Sr. que já li... Excelente!!!
Breno Galvão.
Concordo em gênero, número e grau.
Tradução perfeita do jogo e da situação de "antigamente" com relação aos meias e comentaristas.
Sérgio Fagundes
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