ASSIM NASCEU O ABC !!

Transcrevo abaixo, texto do Pesquisador Procópio Neto, em seu livro ESPORTES EM NATAL, (Dedicatória a este colunista em 25/11/92) a respeito da fundação do clube do POVO do Rio Grande do Norte. " Na tarde chuvosa de uma terça-feira, dia de São Pedro, em 1915, no chalé onde residia o Coronel Avelino Alves Freire, situado por trás do Teatro Carlos Gomes, seus familiares preparavam a fogueira, centro vital das brincadeiras que seriam realizadas a partir do toque do Angelus na Igreja do Bom Jesus das Dores, ali bem próxima. Na cozinha da casa um cheiro característico da canjica e pamonha enchia o ambiente, aliado ao forte odor do capilé e da espiridina, tudo à espera dos convidados dentre os quais José Paes Barreto, Éneas Reis, Solon Aranha, Manoel Avelino do Amaral, José Rodrigues Pinheiro e Artur Veiga, que como amigos de João Emílio Freire, filhos do dono da casa, apreciavam o futebol desde 1910, esporte trazido à Natal por rapazes da família Pedroza, daí o pensamento de organizarem um time para disputar jogos. Com a chegada da noite, a provinciana Natal que ganhara luz elétrica quatro anos antes,passava a viver a última festa do período junino. Os bondes traziam dos diversos bairros para a Ribeira, local onde estavam os melhores festejos, considerável parcela da população. Os automóveis ainda eram escassos e o bonde o transporte preferido. No alpendre, nas salas e próximo da fogueira, para aliviar o frio, os convidados comentavam os últimos acontecimentos do Estado, onde o assunto principal referia-seas tristes consequências de uma seca brutal e avassaladora que no ano anterior paralisara a agricultura e a pecuária. Por outro lado os adeptos do governador Joaquim Ferreira Chaves, eleito em 1914, ressaltavam seus esforços no sentido de ajudar os flageladosque invadiam Natal, bem assim debelar a praga da "largata rosada" que dizimava o algodão, a maior fonte de receita do Estado. Em Natal, a receita do município caia para 118.521$000. A situação brasileira era assunto de outro grupo de convidados, principalmente o assassinato de Pinheiro Machado. Enquanto isso, os que eram contrários ao governo, condenavam a instalação no Brasil naquele 1915, de uma filial do National City Bank of New York, pois iria "sugar até o último tostão do pobre". Indiferente a todos esses assuntos, um outro grupo preferia falar do novo esporte, o futebol. O coronel Avelino foi convidado para tomar assento à mesa onde estavam seu filho João Emílio Freire, José Paes Barreto, Manoel Avelino do Amaral, José Potiguar Pinheiro e Artur Veiga. Alí, com entusiasmo, foi decidida a fundação de um clube de futebol. A seguir a escolha do nome da agremiação. Como estava em evidência o tratado firmado em Buenos Aires entre Argentina, Brasil e Chile, buscando uma solução pacífica na controvérsia internacional do cone sul, popularmente chamado de "Tratado ABC", foi este o nome escolhido por todos para denominar o clube que nascia a vinte e nove de Junhode 1915.Integrado por desportistas financeiramente bem situados, o ABC garantia de saída uma receita tranquila nos primeiro anos, contando ainda com os abastados comerciantes da Ribeira. O jornal "A Opinião" dirigido pelo jornalista Alves de Oliveira, registrou o nascimento do ABC, afirmando que "ali nascia um clube para viver o século".UM LEÃO PARA BANQUETE DE ANIVERSÁRIO Com todo respeito aos companheiros da embaixada do Fortaleza em Natal, da qual faço parte, dos amigos residentes na capital alencarina, entre eles os ex-presidentes SilvioCarlos, colunista do Diário do Nordeste, Jorge Mota, advogado da superintendência do Banco do Brasil, atual presidente Marcelo Desidério, Vice, estimado Dr. Lúcio Bonfim,diretores Edilson José, Armando, Montenegro, supervisor Álvaro Augusto, treinador de goleiros, o Pau-ferrense Salvino, a paixão pelo ABC impera nesta hora. Uma vitória do alvi-negro no Castelão seria uma reabilitação com chave de Ouro. Não será tarefa fácil. Trata-se de candidato ao acesso. Todo cuidado com o Rômulo e o Paulo Isidoro. O tricolor do Pici, adotou o antos pelas cores da bandeira francesa, surgida qu