domingo, 23 de maio de 2010

BREJEIRA

Torcedor comprou Gato por Lebre, Frasqueirão virou picadeiro esta tarde.

ABC alardeou o primeiro amistoso internacional. Vice de Futebol enalteceu

na mídia a fabulosa estrutura do clube visitante, parceiro em potencial de

um intercâmbio esportivo. O que se viu foi uma grande farsa.

Expectativa era grande. Ainda bem que meus afazeres não permitiram postar,

como pretendia, uma coluna na manhã de sábado, enaltecendo a qualidade do

ofensivo futebol holandês que projetou-se no início dos anos setenta com

os títulos de campeão Europeu do Feynord e o Tri do Ajax.

O apogeu ocorreu no mundial da Alemanha em 74. Ainda guardo a escalação

decorada dos tempos de menino : Jonglobed (goleiro jogava de camisa

amarela e número oito), Suurbier, Rijbergen, Hann e Rudi Krol; John Rep,

Neeskens, Johan Cruyff, Van Hanegem e Resembrink, meio-campo e ataque

arrasadores.

Nos anos oitenta, Eu e meu pai criamos uma equipe de mini-futebol para

disputas da tradicional Copa Rubens Massu. Esolhemos as cores da Holanda.

Fomos até uma loja de material esportivo na Rua Mossoró, compramos as

camisas e exigimos do vendedor : Numere-as de 02 a 18. Condição

indipensável para assinar a súmula naquele torneio amador.

Voltando a Pantomina desta tarde, tomo um susto ao entrar no Frasqueirão.

Procurei entendr a razão de alguns rapazes estarem em capo aquecendo com

um colete cinza do ABC pelo avesso. Visualizo alguns galegos descalços

próximo ao banco de reservas, trajando bermnudas coloridas.

De imediato lembrei-me do PELADÃO UNIVERSITÁRIO, exitosa competição

promovida pelo DCE nos meus tempos de faculdade de Educação Física.

Os jogos ocorriam no campinho dos eucaliptos, mas nenhuma equipe entrava

em campo sem a numeração na camisa.

Voltei as atenções para o Frasqueirão, ví os goleiros do Mais Querido

aquecendo e procurei os "Keppers" holandeses. Ví um crioulinho com a camisa

doze, com toda aparência dos bravos nativos da Barra de Cunháu.

Não acreditei quando os visitantes entraram em campo vestindo uma

camisa de empresa de turismo. O que seria um jogo acabou alí.

Era notória a decepção até do time do ABC, que não encontrava motivação

para jogar. Imagino a semana de preparativos, para o propalado amistoso.

Para entrar no clima, o Mais Querido trocou todo o time no intervalo.

De positivo só os gols do Felipe Moreira.

Ainda no primeiro tempo era a grande a revolta do publico, sentindo-se

lesado em pagar trinta reais pelo "pega-camisa".

Na saída alguns indagavam-me se teriam direito a recorrer ao estatuto

do torcedor e PROCON para receber a grana de volta. Não sou Jurista.

Palvaras sábias foram proferidas na saída do estacionamento do Frasqueirão

pelo Daniel, amigo do meu filho Bruno: _ O pior é que os fatos desta tarde

vão atrapalhar o amistoso com o Boca. _ Quinta-feira é de verdade ?

Perguntou um Frasqueirino. Eu bem gostaria, mas não posso assegurar.

Outros abecdistas afirmavam chateados : Vai ser um prato cheio para a

gozação dos americanos. Deixei o estádio sem ver os últimos gols e na

lembrança uma gozação dos torcedores rivais que incomodava-me na infância :

Afirmavam que o ABC enfrentou até time de presidiários na exursão de 73.

O falastrão dirigente holandês bem que poderia ter deixado o frasqueirão

preso. O árbitro perdeu o comando ao permitir um jogo com hino nacional

e uma equipe atuando de coletes. "Na liga das Rocas isto jamais

aconteceria" afirmou um torcedor. Sinceramente, o ABC não merece isto.

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